Você tem o produto validado, o plano de negócios desenhado e a vontade de fazer acontecer. Mas quando alguém pergunta “Qual o nome da sua empresa?”, você trava.
Ou pior: você escolhe um nome que acha lindo, investe na identidade visual, imprime cartões, cria o Instagram… e três meses depois recebe uma notificação extrajudicial por uso indevido de marca.
O Naming (processo de criação de nomes) é a decisão mais permanente do branding. Você pode mudar seu logo, suas cores e até seu endereço comercial. Mudar de nome custa caro, confunde o cliente e joga sua reputação construída no lixo.
Neste artigo, vamos sair do “achismo” e aplicar as técnicas que as grandes agências de branding usam para batizar marcas que valem bilhões.
O que faz um nome ser “Bom”? (O Teste dos 3 R’s)
Antes de começar o brainstorming, qualquer ideia precisa passar neste filtro de validação. Se falhar em um, descarte.
- Ressonância: Ele soa bem? É fácil de pronunciar?
- Teste do Telefone: Se você tiver que soletrar o nome mais de duas vezes numa ligação, ele é ruim. Nomes complexos criam barreiras de entrada.
- Relevância: Ele tem conexão com o seu mercado ou com a sensação que você quer passar? Ele faz sentido para o público que você quer atingir?
- Registro: Ele está disponível no INPI e tem domínio .com.br livre?
- Atenção: Um nome sem registro não é seu, é um empréstimo. Construir uma marca em terreno alugado é o maior risco que um empreendedor pode correr.
7 Técnicas de Naming para destravar sua criatividade
Não espere a inspiração cair do céu. Use estes caminhos lógicos para gerar opções:
1. Descritivo (O Óbvio que Funciona)
Diz exatamente o que a empresa faz ou vende.
- Exemplos: Banco do Brasil, General Motors, Toys “R” Us.
- Prós: Clareza imediata. O cliente não precisa pensar.
- Contras: Difícil de registrar (termos genéricos não são registráveis) e pouco diferenciado.
2. Acrônimos (A Sigla)
Abreviação de um nome longo.
- Exemplos: IBM (International Business Machines), BMW, C&A.
- Cuidado: Siglas não têm “alma” nem significado intrínseco. Exigem muito dinheiro de marketing para que as pessoas associem aquelas letras a um valor. Evite se você é pequeno e está começando.
3. Abstrato (A Tela em Branco)
Nomes inventados que não significam nada até você dar significado a eles através do branding.
- Exemplos: Kodak, Rolex, Häagen-Dazs.
- Prós: Altamente registráveis e únicos.
- Contras: Curva de aprendizado alta. O cliente não sabe o que você faz só de ler o nome.
4. Sugestivo / Evocativo (O Melhor dos Mundos)
Usa metáforas, raízes de palavras ou associações para sugerir um benefício ou sensação, sem ser literal.
- Exemplos:
- Netflix: Net (Internet) + Flix (Gíria para filmes).
- Nubank: Nu (Pelado, transparente, sem taxas) + Bank.
- Amazon: Gigante e diverso como o rio Amazonas.
- Por que usar: Cria uma imagem mental poderosa e permite expansão de portfólio.
5. Experiencial (O Verbo)
Foca na ação ou na experiência que o usuário terá.
- Exemplos: Decolar, Buscapé, Ifood.
- Prós: Muito dinâmico e moderno. Funciona muito bem para aplicativos e serviços digitais.
6. Geográfico (A Origem)
Associa a marca a um local de prestígio ou origem.
- Exemplos: Patagonia, American Airlines, Casas Bahia.
- Cuidado: Se você crescer para fora daquela região, o nome pode ficar limitante. (Imagine uma “Padaria de São Paulo” tentando abrir filial no Rio).
7. Histórico / Fundador (A Tradição)
Usa o nome de quem criou ou de uma figura histórica/mitológica.
- Exemplos: Ford, Disney, Tesla (homenagem a Nikola Tesla), Nike (Deusa da Vitória).
- Prós: Passa credibilidade, tradição e pessoalidade.
- Contras: Se você vender a empresa, seu nome vai junto.
O Erro de R$ 10.000: Ignorar o INPI
Você teve uma ideia genial. O domínio .com.br está livre (um milagre!). Você compra o domínio, faz o logo e começa a vender.
Seis meses depois, chega uma carta (Notificação Extrajudicial). Uma empresa do outro lado do país tem esse nome registrado na sua classe de atuação há 5 anos. Eles exigem que você pare de usar a marca em 24 horas, tire o site do ar e pague uma indenização.
Isso acontece todos os dias.
Antes de se apegar a um nome:
- Acesse o site do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
- Faça uma busca fonética (pelo som, não só pela grafia).
- Se estiver livre, registre imediatamente. O custo do registro é ínfimo perto do custo de um processo ou de um rebranding forçado.
Conclusão: O nome é o primeiro capítulo da sua história
Um bom nome não salva um produto ruim, mas um nome ruim pode afundar um produto bom (ou torná-lo invisível).
Dedique tempo a essa etapa. Faça listas, misture palavras, teste com amigos. E lembre-se: o nome é apenas o começo. Depois dele, vem a Identidade Visual para dar cara a essa voz e a Estratégia para dar direção.
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